Portal do Governo Brasileiro
2012 - Livro Vermelho 2013

Eryngium divaricatum Hook. & Arn. EN

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 01-06-2012

Criterio: B1ab(iii,v)

Avaliador: Pablo Viany Prieto

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Eryngium divaricatum é uma espécie rara que ocorre em Campos Úmidos do bioma Pampa. Constam apenas dois registros de herbário que correspondem a duas situações de ameaça. Apresenta EOO de 586,35 km². Os campos nativos do Pampa vêm sendo rapidamente degradados, devido, principalmente, à expansão de atividades agropecuárias e silviculturais. As crescentes ameaças incidentes sobre o habitat de E. divaricatum permitem suspeitar que a espécie esteja sofrendo um declínio contínuo no número de indivíduos maduros.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Eryngium divaricatum Hook. & Arn.;

Família: Apiaceae

Sinônimos:

  • > Eryngium flaccidum ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

​Descrita em Bot. Misc. 3: 350. 1833.

Distribuição

Ocorre na Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, no Rio Grande do Sul (Martinéz; Galotti, 2001; Fiaschi; Cota, 2012).

Ecologia

Erva prostrada, perene, que habita campos úmidos dos Pampas. Fértil de setembro a março e dispersado por animais (Martinéz; Galotti, 2001).

Ameaças

1.5 Invasive alien species (directly impacting habitat)
Severidade high
Detalhes As pastagens cultivadas são produzidas principalmente com espécies exóticas.

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade medium
Detalhes A área total de Campos no sul do Brasil era 18 milhões de ha, ao passoque em 1996 a área estava em 13,7 milhões de ha (i.e. 23,7% da áreatotal dessa região), sendo 10,5 milhões ha no Rio Grande do Sul (área total:28,2 milhões ha), 1,8 milhão ha em Santa Catarina (área total: 9,6 milhões ha)e 1,4 milhão ha no Paraná (área total: 20 milhões ha). Um decréscimo de 25% daárea total dos campos naturais ocorreu nos últimos 30 anos devido a uma forteexpansão das atividades agrícolas. Houve um aumento significativo na produçãode milho, soja e trigo, o que se deu às custas dos campos naturais, além daprodução de arroz. Atualmente os três Estados da Região Sul do Brasil produzem60% do arroz no Brasil. O cultivo de árvores exóticas tem recebido muitosincentivos, tanto das indústrias privadas quanto do governo, para a produção decelulose principalmente. Particularmente nos campos do Planalto Sul-Brasileiro,áreas que antes eram utilizadas com a pecuária foram transformadas emplantações de Pinus sp. de grandes extensões, essas densas monoculturasnão permitem o crescimento de plantas no sub-bosque, o que agrava significativamenteos danos causados por esta atividade. Apesar da alta produtividade e potencial forrageiro de muitasespécies nativas, elas não são exploradas comercialmente. Outra forteameaça é o sobrepastejo, que possui conseqüências negativas para a cobertura dosolo, facilitando a degradação em regiões com condições de solos vulneráveis,acelerando o processo de erosão. Apenas 453km² dos Campos Sulinos estão protegidosem Unidades de Conservação de proteção integral, o que equivale a menos de 0,5%da área total desta formação vegetal. A maior parte deste percentual está nosmosaicos de Campos e floresta com Araucária, nos Parques Nacionais dos Aparadosda Serra, da Serra Geral e de São Joaquim (norte do RS e SC) (Overbeck et al., 2009).

1.1.4 Livestock
Severidade high
Detalhes A intensificação dos sistemas de produção pecuária tem levado ao aumento na área de pastagens cultivadas.

1.1.2 Wood plantation
Severidade high
Detalhes Na região sul do Rio Grande do Sul também há a pressão exercida pelo plantio de Eucalyptus sp., também levando à perda de espécies campestres (Overbeck et al., 2009).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Presente na Lista de espécies da flora ameaçada de extinção do Rio Grande do Sul na categoria "Vulnerável" (VU) (CONSEMA-RS, 2002).

Referências

- OVERBECK, G.E.; MÜLLER, S.C.; FIDELIS, A. ET AL. Os Campos Sulinos: um bioma negligenciado. Campos Sulinos: conservação e uso sustentável da biodiversidade. p.26-41, 2009.

- S. MARTÍNEZ; L. D. GALOTTI. Las espécies de Eryngium sect. Foetida (Apiaceae) en la Argentina., Darwiniana, v.39, n.1-2, p.155-169, 2001.

- P. FIASCHI; M. R. COTA. Eryngium divaricatum in Eryngium (Apiaceae) in Lista de espécies da Flora do Brasil., Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB102503>. Acesso em: 21/05/2012.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

Como citar

CNCFlora. Eryngium divaricatum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Eryngium divaricatum>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 01/06/2012 - 21:10:17